"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

domingo, 4 de março de 2012

A república vista por Rui Barbosa.


“Ao governo pessoal do imperador, contra o qual tanto nos batemos, sucedeu hoje o governo pessoal do presidente da república, requintado num caráter incomparavelmente mais grave: governo pessoal de mandões, de chefes de partido; governo absoluto, sem responsabilidade, arbitrário em toda a extensão da palavra [...], negação completa de todas as idéias que pregamos, os que nos vimos envolvidos na organização desse regímen e que trabalhamos com tanta sinceridade para organizá-lo.”


“Não confio em nenhum presidente da república, ainda que meu pai fosse, em nenhum, para lhe dar uma arma tão perigosa quanto esta, para depositar nas suas mãos o estado de sítio, considerando-o como limitado unicamente pelo juízo do poder público, sem nenhum critério material que o definisse positivamente. Porque todos os homens arrastados pela ambição, dominados pelos interesses, fascinados sobretudo pelo poder, todos os homens se desencaminham, se estragam, se pervertem sem que nos faltem exemplos dos espíritos mais altos, mais liberais, mais puros, a quem o fato de empunhar o poder não tenha deslizado para o arbítrio e a ditadura.”

“Corruptissima republica, plurimae leges” – “Quanto mais corrompida a república, mais leis. Já vistes quadro mais solene dessa verdade que o Brasil dos nossos dias?”
Senado Federal. Rio de Janeiro, DF


“Nas monarquias representativas o rei não é um indivíduo, é um princípio, é uma instituição encarnada no homem, cujos defeitos se corrigem, cujas paixões se eclipsam na impossibilidade de fazer mal; não sendo aliás um autômato no jogo das instituições, nem uma quantidade negativa no desenvolvimento do país; pois no desempenho do seu papel há suficientes ensanchas para mostrar e exercer amor para com seu povo, o amor sensato, discreto e sábio [...]“

“A centralização era, na monarquia, um sistema regular e equilibrado, com freios e contrapesos no mecanismo do regímen parlamentar, na responsabilidade dos ministros e num complexo de franquias provinciais, contra as quais a Coroa não atentava. Ao passo que, nesta decomposição do regímen federativo, onde viemos parar, um golpe de interferência da União na vida política dos Estados, pode operar de improviso o desmoronamento de toda a sua situação interior, aniquilando, a um só choque, uma organização custosamente obtida e laboriosamente consolidada.”

Fonte A.C.I

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