"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Chefe da Casa Imperial do Brasil


O Senhor Dom Luiz de Orleans e Bragança - atual Chefe da Casa Imperial do Brasil - é primogênito e herdeiro dinástico do Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança (1909-1981), admirável figura de brasileiro, chefe de família exemplar e artista de reconhecido talento; é neto de Dom Luiz de Orleans e Bragança (1878-1921) - cognominado o Príncipe Perfeito; bisneto da Princesa Isabel a Redentora, e trineto do Imperador Dom Pedro II.

Os Imperadores do Brasil, bem como os Reis de Portugal desde o século XVII, pertenceram à dinastia de Bragança, a qual teve sua origem em fins do século XIV, na figura heróica e legendária do Santo Condestável de Portugal, o Bem-Aventurado Dom Nun'Alvares Pereira.

Por sua Mãe, a Princesa Dona Maria da Baviera de Orleans e Bragança, Dom Luiz herda as tradições da Família de Wittelsbach, a Casa Real da Baviera, uma das mais antigas da Europa, pois tem sua origem no século IX, e célebre nos campos das artes e da cultura.

Por seu bisavô o Príncipe Gastão de Orleans, Conde d'Eu, esposo da Princesa Isabel e herói da Guerra de Marrocos e da Guerra do Paraguai, o atual Chefe da Casa Imperial do Brasil descende da Casa Real Francesa. Com efeito, provém ele em linha direta, por legítima varonia, de Hugo Capeto, que em 987 ascendeu ao trono da França; e de São Luís IX, o Rei-Cruzado que governou a França de 1226 a 1270.

Descendendo de Reis, Santos e Heróis, de Fundadores de Impérios, Cruzados e Artistas, Dom Luiz haveria de receber uma educação à altura das tradições que representa.

Foi intenção de seu Pai dar-lhe uma formação moral sólida, baseada nos princípios tradicionais da Santa Igreja. Ao mesmo tempo, desejou que ele tivesse uma cultura geral, um conhecimento em profundidade dos problemas do Brasil e do mundo, e um trato social condizentes com a alta posição que lhe estava destinada.

Por fim, desejou para seu primogênito o que a antiga Lei de Banimento não permitira para si próprio: uma educação no Brasil, entre brasileiros, e dentro das melhores tradições brasileiras.

Nascido em Mandelieu (França) em 6 de junho de 1938, foi batizado com o nome de Luiz Gastão Maria José Pio de Orleans e Bragança, na Capela do Mas-Saint-Louis, vila de sua Avó a Princesa D. Maria Pia de Bourbon-Sicílias de Orleans e Bragança, e registrado no Consulado Geral do Brasil em Paris.

Com a deflagração, em 1939, da Segunda Guerra Mundial, a Família Imperial ficou retida na França e impedida de transferir-se para o Brasil. Só após o término do conflito pôde Dom Luiz, então menino de sete anos, ver pela primeira vez a sua terra.

Fez os estudos secundários em parte no Paraná, onde seu Pai se instalara como fazendeiro, em parte no Rio de Janeiro, no Colégio Santo Inácio da Companhia de Jesus. Cursou depois o Colégio Universitário, em Paris, e foi concluir seus estudos na Universidade de Munique, onde cursou Química.

Nas horas vagas que lhe proporcionava o rígido curso universitário, e durante os períodos de férias, em que viajou por toda a Europa, aproveitou o jovem Príncipe para tornar mais conhecido o Brasil nos ambientes que freqüentava, a saber, os círculos da mais alta nobreza européia, e os meios universitários alemães, italianos e franceses.

Retornando ao Brasil em 1967, passou a residir em São Paulo, onde assumiu a direção do Secretariado de seu Pai, já então residente na sua propriedade rural em Vassouras, no Estado do Rio de Janeiro.

Com o falecimento de Dom Pedro Henrique, em 5 de julho de 1981, Dom Luiz ascendeu à condição de Chefe da Casa Imperial do Brasil.

A queda da Cláusula Pétrea na Assembléia Constituinte de 1987-1988, - para a qual concorreu Dom Luiz de maneira decisiva, com carta solidamente argumentada aos Senadores e Deputados pedindo a abolição daquele dispositivo discriminatório aos monarquistas - e a conseqüente convocação de um plebiscito em 1993 para decidir sobre a forma e regime de governo a vigorarem no país, projetaram Dom Luiz para uma situação de destaque que fora negada a seu Pai, primeiramente com a campanha para aquela consulta popular e depois com o cultivo do grande saldo por ela deixado - 13% dos votos válidos (mais do que o eleitorado da maior parte dos partidos políticos, em um pleito ardilosamente antecipado e no qual Dom Luiz, representante natural da forma monárquica de governo, ficou privado do indispensável acesso aos meios televisivos).

Assim, em contacto próximo com um grande número de brasileiros, que vêem na Casa Imperial uma luz e uma esperança em meio à revolta e confusa situação política, social, cultural e moral dos dias atuais, amargada por sucessivas frustrações proporcionadas por estas ou aquelas figuras ou propostas políticas, Dom Luiz faz sentir que o Brasil encontrará seu seguro caminho na fidelidade aos valores que o fizeram, no tempo do Império, grande e respeitado entre as nações.

Dom Luiz vem presidindo regularmente congressos e eventos de monarquistas realizados em diversas regiões do País, impressionando sempre seus auditórios pela profundidade, clareza e palpitação dos conceitos que emite.

Tem também viajado regularmente ao Exterior, proferindo conferências na Europa e nos Estados Unidos para públicos escolhidos e participando de eventos comprometidos com a sustentação dos valores tradicionais, notadamente os promovidos pela associação Noblesse et Tradition, que congrega o escol da nobreza européia.

Falando fluentemente três idiomas - o português, o francês e o alemão - e entendendo ainda o castelhano, o inglês e o italiano, Dom Luiz é senhor de sólida cultura, alicerçada em leituras sérias e prolongadas, especialmente de assuntos históricos e sociológicos, assim como no contato com a realidade viva da nação.

Como o Imperador Dom Pedro II, encontra no estudo um verdadeiro prazer. Mas, divergindo neste ponto de seu trisavô, gostou desde cedo da equitação e da caça, tendo mesmo, neste último esporte, conquistado alguns troféus. Nos últimos anos retomou a fotografia, revelando, na precisão das composições e na matização dos detalhes, o veio artístico dos dois ramos familiares. É ainda apreciador de música erudita, especialmente de compositores brasileiros da escola barroca.

Católico ardoroso e por isso mesmo infenso a todas as formas de socialismo, atuou desde jovem, com o vivo incentivo de seu Pai, em prol dos princípios fundamentais da Civilização Cristã, atividade esta a que continua a consagrar suas disponibilidades de tempo.

É Grão-Mestre da de Pedro I, da Ordem da Rosa e das demais Ordens Imperiais brasileiras. É ainda Grã-Cruz da Ordem Constantiniana de São Jorge, da Casa Real de Bourbon-Sicílias, Grã Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (Portugal) e Bailio Grã-Cruz de Honra e Devoção da Soberana Ordem de Malta, além de membro-efetivo de diversos institutos culturais.

Ultimamente Dom Luiz tem dedicado um pouco do seu tempo à composição de memórias, nas quais vai registrando, a par de suas inúmeras recordações, comentários e juízos acerca dos acontecimentos e transformações que acompanhou em meio século de vida adulta. Tais escritos são aguardados com muito interesse por quantos o conhecem

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